domingo, 4 de julho de 2010

BIOMAS/COBERTURA VEGETAL

BIOMAS E COBERTURA VEGETAL

Cobertura vegetal

O manto ou cobertura vegetal define o conjunto de espécies vegetais que cobrem o solo de um território. É ela que dá a dimensão visual da paisagem, refletindo a interação dos demais elementos. O conjunto das espécies vegetais organiza-se em associações denominadas formações vegetais ou biomas. Cada bioma pode ser definido por diferentes critérios: por sua natureza (matas, formações de arbustos, formações herbáceas etc.); pela maneira como cobre o solo, o que permite distinguir entre formações cerradas ou contínuas (quando cobrem o solo em sua totalidade) e abertas ou descontínuas (quando ele aparece entre as espécies vegetais); ou pela diversidade e abundância de espécies que compõem uma formação vegetal.

A biomassa
Também se pode medir a biomassa, ou massa total formada pelo conjunto de seres que vivem em um espaço determinado. Portanto, enquanto numa mata equatorial a biomassa é de 400 toneladas por cada hectare, na tundra polar alcança somente 5 toneladas por hectare.

Solos
Outro dos elementos que configuram a paisagem é o solo. Os solos são resultado da combinação de fatores abióticos (independentes dos seres vivos, como por exemplo, a alteração da rocha mãe) e fatores bióticos (relacionados com a ação dos seres vivos, como a colaboração da cobertura vegetal).
Em certas ocasiões, os solos encontram-se em situação de equilíbrio com o clima e a vida vegetal e animal: trata-se de uma paisagem natural equilibrada, isto é, em situação de bioestase.

Paisagem equatorial
Localizadas próximas à linha do Equador, a principal característica das paisagens equatoriais são as florestas exuberantes, resultado da intensa insolação e das chuvas abundantes durante todo o ano.

Clima
As paisagens equatoriais são o resultado de um clima quente, com temperaturas altas (em torno de 27ºC) e constantes ao longo do ano e oscilações anuais muito pequenas (aproximadamente 3ºC). As chuvas são abundantes, com valores que se situam entre os 1.250 mm e os 2.500 mm anuais. Sua distribuição é de uma grande regularidade, com pequenas diferenças de um mês para outro.

Vegetação
O calor constante e a umidade dão lugar a uma vegetação de matas equatoriais ou florestas, com grande variedade de plantas e abundância de folhagem. Um grande número de árvores altas forma um teto, sob o qual crescem uma série de árvores menos elevadas, um denso emaranhado de trepadeiras e alguns vegetais parasitas. O clima constante impede as variações sazonais nas plantas. Portanto, a atividade vegetal é permanente e as distintas etapas de desenvolvimento vegetal podem acontecer em qualquer época do ano.

Solos e hidrografia
No geral, os solos equatoriais são rasos e pobres em nutrientes e ricos em óxido de ferro e alumínio, chamados solos lateríticos. Esse tipo de solo costuma formar crostas, que o torna improdutivo para a atividade agrícola. Os rios equatoriais apresentam uma grande regularidade em seu volume devido às freqüentes precipitações. Os rios mais caudalosos do mundo, como o Amazonas ou o Congo, correspondem a essa zona.

Paisagem tropical

Clima
Ao abandonar a zona equatorial em direção norte ou sul, as precipitações diminuem rapidamente e as paisagens mudam com rapidez. A diminuição das chuvas dá lugar à aparição de uma estação seca, cada vez mais marcada e longa conforme aumenta a latitude. Durante a estação seca, as temperaturas são elevadas, com médias de mais de 30ºC no mês mais quente, que corresponde ao final da estação da seca. A oscilação diária da temperatura é muito marcante. Durante a estação das chuvas, que coincide com o verão, a umidade é alta, o calor é sufocante e a temperatura quase não varia entre o dia e a noite. A duração das chuvas decresce paulatinamente em direção aos pólos, como também o volume de precipitações: os 1.250 mm do limite com a zona equatorial convertem-se em 250 mm ao chegar à fronteira com os desertos.
Mais afastadas do Equador, mas ainda sob intensa insolação, as paisagens tropicais sofrem a influência das marcantes diferenças entre as estações seca e chuvosa.

Vegetação
À medida que a seca aumenta, as matas ficam menos densas e aparecem as savanas, uma paisagem vegetal dominada por ervas altas, com alguns arbustos e árvores esparsas.

Solos e hidrografia
A alternância das estações seca e chuvosa e o caráter torrencial das chuvas favorecem a erosão dos solos e sua laterização. Os rios dessas zonas, como o Senegal e o Nilo Azul, apresentam fortes estiagens durante a estação seca.

Paisagem desértica
Com vegetação pobre e escassa presença de animais, as paisagens desérticas, frias ou quentes, podem ser encontradas em diversos pontos do planeta.

Clima
As paisagens desérticas correspondem às zonas do planeta que recebem precipitações escassas ou nulas. Os principais desertos – Saara, Arábico, Australiano, Kalahari – localizam-se no cinturão de altas pressões subtropicais. A continentalidade é a responsável pela presença de zonas áridas no interior dos continentes, como os desertos asiáticos ou norte-americanos. A existência de correntes marítimas frias propicia a aparição de desertos costeiros, como os da América do Sul.
Existem ainda os desertos frios. Desertos frios e quentes apresentam características diferentes: Os desertos subtropicais ou quentes caracterizam-se por suas temperaturas elevadas ao longo de todo o ano e por uma forte oscilação térmica entre o dia e a noite: durante dia o calor é muito forte, as noites são frias. As precipitações, irregulares e de caráter torrencial, são inferiores aos 250 mm anuais.

Os desertos das latitudes temperadas recebem o nome de desertos frios pela grande diferença existente entre as temperaturas quentes do verão e as do inverno, com médias claramente inferiores a 0º. A amplitude térmica é extraordinariamente elevada.

Vegetação
Somente as plantas adaptadas às condições extremas da seca (xerófilas) podem sobreviver nesses meios.

Solos e hidrografia
A falta de chuvas gera redes hidrográficas desorganizadas. A mesma escassez de precipitações provoca a escassa evolução dos solos.


Paisagem temperada oceânica e mediterrânea
São dois tipos de paisagens distintas, ainda que com alguns elementos em comum.

Clima
Distinguem-se pela escassez ou abundância das precipitações estivais: Temperado oceânico: ocorre no leste dos EUA, nordeste da Argentina, leste da Austrália, China e Japão, noroeste da Europa e ilhas Britânicas. Os verões são quentes e os invernos amenizados pela ação de correntes marítimas quentes. As chuvas variam de 500 mm a 2.500 mm anuais e concentram-se no verão. Temperado mediterrâneo: ocorre nas costas ocidentais dos continentes (Califórnia, Chile, África do Sul e Austrália) e nas regiões banhadas pelo mar mediterrâneo (sul da Europa e norte da África). Seus verões são secos e os invernos suaves e chuvosos. As chuvas variam de 300 mm a 900 mm anuais


Vegetação

Temperada oceânica: a vegetação apresenta florestas de folhas perenes, as florestas temperadas

Temperada mediterrânea: a vegetação típica dessas áreas são o maqui e o garrigue, além de árvores como a oliveira.


Solos e hidrografia Temperado oceânico: os rios podem ter regime nival ou misto. Não há grandes bacias hidrográficas nessas áreas. Os solos têm algumas características das paisagens tropicais.

Temperado mediterrâneo: os rios mediterrâneos são irregulares, com fortes secas no verão. As chuvas torrenciais causam a erosão dos solos.

Paisagem temperada continental
No interior dos continentes, afastadas das zonas tropicais, as paisagens temperadas do tipo continental são marcadas pela presença de bosques e florestas.
. Clima Clima
Estas paisagens estão condicionadas à existência de uma estação fria. A maior ou menor proximidade do mar interfere nas características do lugar. A paisagem continental caracteriza-se por um inverno seco e frio (com vários meses com médias inferiores a 0ºC) e um verão chuvoso e quente (com médias superiores a 20ºC). À medida que aumenta a continentalidade, a quantidade total de precipitações diminui até valores próximos a 500 mm.

Vegetação
As formações vegetais características são as matas temperadas de caducifólios e
as landas, que são resultado do desmatamento ou próprias de zonas muito expostas ao vento.

Solos e hidrografia
Os solos são diferentes conforme a vegetação: descoloridos e pobres na taiga; escuros e férteis nas zonas de coníferas; e negros e ainda mais férteis nas pradarias. Os rios apresentam uma forte estiagem de inverno, compensada pelo degelo da primavera e pelas chuvas de verão.


Paisagem fria
Próximas aos pólos, são paisagens dominadas por clima rigoroso, em que o solo fica livre do gelo por apenas poucos meses no ano.

Clima
Os climas frios caracterizam-se pela existência de um longo inverno que dura oito ou nove meses e um verão praticamente inexistente. As médias no inverno podem chegar a 20ºC abaixo de zero, enquanto no verão quase alcançam os valores positivos. As precipitações, em forma de neve, são escassas. Podem-se distinguir duas variedades climáticas: a glacial, de inverno perpétuo; e a polar. O tipo polar apresenta uma variedade continental, com um verão curto que alcança médias de até 10ºC no mês mais quente, e uma variedade oceânica, com invernos relativamente suaves (médias não inferiores a -10ºC).

Vegetação e solos
A vegetação das áreas de clima frio é formada por musgos, liquens e arbustos anões (tundra), e o solo permanece gelado quase todo o ano.

Bioma de montanha

Em termos de biomas/habitats, o clima de altitude é muito peculiar. Dum modo geral, quer plantas, quer animais, necessitam de se adaptarem a este tipo de clima. Ao contrário dos outros climas frios, em que as temperaturas baixas favorecem o aparecimento (e o desaparecimento) de determinadas espécies, no clima de altitude, para além das baixas temperaturas existem outros fatores que não existiam em nenhum dos outros tipos de climas. Já foi referido que a pressão atmosférica varia com a altitude, e a composição do ar atmosférico também. Então, no clima de altitude, vamos encontrar espécies adaptadas a temperaturas baixa espécies adaptadas a pouca pressão atmosférica, espécies adaptadas a pouca quantidade de oxigênio e de CO2 (que é indispensável à fotossíntese) e espécies adaptadas a pouca proteção de raios UV.

Dum modo geral, a vegetação dos climas de altitude, independentemente da região do M undo, vai rareando conforma a altitude vai aumentando, de modo que em locais de "neves perpétuas", não se encontram praticamente nenhum ser vivo (tal como nas latitudes muito elevadas - perto dos 900).

Em termos animais, consoante a região do planeta, podem-se encontrar em locais de clima de altitude, o lama, a alpaca, a vicunha, a chinchila (pequeno roedor), o iaque (bovino), o condor, cabras de montanha, leopardo das neves, etc..